Percorro a A23 com a perfeita convição de que será a ultima vez sem portagens.
Mais um acidente numa passagem de nível da rede ferroviária que originou cinco vitimas mortais.
Em 2008 registaram-se 55 acidentes em passagens de nível, de onde resultaram 17 mortos.
A legislação publicada em 1999 impunha que até 2005 a situação das passagens de nível estivesse resolvida. Em 2005 foi emitida nova legislação a fazer a prorrogação desse prazo.
No final de 2008 existiam ainda na rede ferroviária em exploração 1229 passagens de nível: 373 automatizadas, 86 guardadas, 466 sem guarda, 177 para usos exclusivo de peões (30 das quais automatizadas) e 127 de uso particular.
Será que o investimento na supressão destas passagens de nível não seria um bom investimento de proximidade? Tal investimento evitaria muitas vítimas.
Um grupo de economistas, entre eles alguns ex-ministros, apelam ao governo que reavalie os grandes investimentos públicos e que faça um travão imediato dos projectos da área dos transportes.
Mas porque será que só agora se prenunciam sobre este assunto, uma vez que algumas vozes já há muito referem o mesmo. Será caso para dizer mais vale tarde do que nunca.
Tenho a convicção que os resultados das Europeias devolveram liberdade de expressão a muita gente. Começam a sentir-se livres para dizerem o que pensam.